10 de jul. de 2010

26/06 Székesfehérvár a Budapest - 70km

Tanto que insistiram que almocei lá e fiquei mais um tempo conversando com o pai dela ainda. Comecei a ficar preocupado porque quem ia pedalar depois era eu e não gosto de ter que correr muito. No fim, a mãe dela preparou até uns pães e outras coisas pra comer e me deu uma sacola de coisas pra levar. Sei lá, acho que tô com cara de faminto ou miserável, haja doação! Me despedi de todos e aí pra Budapest com uma chuva começando a cair. De tanto comer, estava com a energia carregada e mantive uma média bem alta, principalmente nos últimos kms perto de Budapest. Acho que a chuva dá um embalo: você já tá todo ensopado e não é muito legal parar pra tirar foto. Só resta pedalar mesmo.

A chegada em Budapest foi o mesmo que chegar em São Paulo pela marginal Pinheiros, mas sem as favelas e as enchentes. 6 pistas na mesma direção e eu ali, espremido no canto da direita com caminhão tirando fina da minha magrelinha. Depois de uns kms, finalmente vi os primeiros sinais de um ciclovia, que deveria seguir o rio Danúbio até o centro da cidade. Entrei nela disposto, afinal ia atingir meu primeiro grande destino da viagem. Distraído, pensando no feito heróico e no fato de eu ser O CARA por ter andado mais de 2000km sem um único problema, não vi uma merda de um buraco (tipo uns desníveis toscos no asfalto) na ciclovia, bati com força a roda da frente, meu alforje dianteiro escapou do bagageiro e, com o impacto, bateu nos raios e voou uns 2 metros da bike. Desequilibrei mas ainda tive tempo de frear a bicha sem cair. Saldo final: alforje: raspado na base mas intacto. Bagageiro de aço: torto. Eu: puto da vida. Sem chance de arrumar ali na hora, instalei ele de volta improvisado, o suficiente pra andar os 5km que ainda faltavam. Mais tarde vi que não foi nada muito grave e iria tentar desentortar o troço depois.

Pedalei pelas avenidas grandes de Budapest até chegar ao apto da Antonia, minha CS lá. Ela é canadense, faz MBA numa escola em BP e tem aula todo dia (domingo inclusive) normalmente das 09h00 às 21h00 (!). Ela não estava no apto quando cheguei mas deixou a chave embaixo do tapete, me passou o código eletrônico da porta principal e deixou um bilhete dizendo que tinha comida na geladeria caso eu tivesse com fome. Isso tudo sem nunca me ver na vida antes. Legal essa confiança que as pessoas tem com os desconhecidos. Me ajeitei no sofá, arrumei minhas coisas e fui dormir, sem saber quem era a tal da Antonia, ahahahah.



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