31 de mar. de 2010

Bike pronta!

Finalmente, depois do bike fit e com todos os alforjes, a bike ficou pronta. É desse jeito que vou viajar:







23 de mar. de 2010

Bike fit - Ajustando a bike

Há algumas semanas atrás fiz o bike fit, que é uma avaliação das medidas e ajustes da bike com o objetivo de tornar a pedalada mais confortável, mais eficiente e diminuir os riscos de lesão. Levei minha própria bike, já que a avaliação é personalizada e, portanto, deve considerar exatamente suas medidas e, claro, as medidas da sua bike. Fiz com o Luiz Vinicius Notaro Gato (CREF 044825-G/SP) na Ergon Saúde, em Sorocaba. Mais informações (15) 34116616. O e-mail dele é vinicius@ergonsaude.com.br e o site é www.ergonsaude.com.br.



O bike fit levou uma hora e pouco e foi bem legal. No início foram tiradas minhas medidas (braços, pernas, envergadura, etc). Em seguida foi feito o ajuste do taquinho da sapatilha. Depois subi na bike para medir ângulos dos braços, joelhos, posição das pernas e tal. Tudo isso ficou registrado no computador, que calculou e sugeriu as medidas ideais pra mim. De acordo com esses números, o Luiz ajustou altura e inclinação do selim, altura da mesa e posição do guidão. Eu subi na bike de novo e logo de cara já percebi as mudanças, apesar de que só poderia sentir se as dores diminuiriam se eu fizesse um treino pra valer, no asfalto, pedalando por várias horas. Fui pedalar no dia seguinte e aí deu pra sentir claramente duas melhorias: uma melhora muito grande do conforto e o desaparecimento de algumas dores que eu sentia nos ombros e na nuca, especialmente quando pedalava por várias horas (quando você pedala por pouco tempo algumas dores não chegam nem a ser sentidas).

No fim das contas, da mesma forma que me recomendaram o bike fit, dizendo que valeria muito a pena, agora sou eu que recomendo a todos que pedalam, seja pra passeio, competição ou cicloturismo. Parece tão simples ajustar um selim e um guidão mas é muito difícil acertarmos os ajustes exatos. E alguns poucos centímetros ou até milímetros podem realmente fazer a diferença. No fim da avaliação, o Luiz me passou o relatório com as medidas e também fez umas marcas no canote do selim e do guidão pra caso eu precise (e vou precisar) desmontar e montar a bike de novo usando as medidas corretas.

17 de mar. de 2010

Inspiração

É comum que as pessoas que fazem viagens longas (de bike, à pé, de carro, etc) associem a decisão de encarar uma viagem assim com um objetivo maior (geralmente social), como arrecadar fundos para uma ONG, levar uma mensagem de paz, disseminar a cultura da sustentabilidade e outras coisas desse tipo. Honestamente, eu não tenho nenhum objetivo maior nem pretensão de representar nada nem ninguém com a minha viagem. Meu objetivo é simplesmente pedalar por conta própria, sem patrocínio, sem meta e, posso dizer, sem uma razão específica. Até acho um pouco estranho alguém ter que se apegar a uma missão maior para fazer esse tipo de viagem. Quer mais motivação do que ficar 3 meses viajando e conhecendo lugares diferentes com total liberdade para ir pra onde quiser, na hora que quiser, apenas pelo seu esforço e vontade próprias? Eu viajo por viajar, parafraseando o escritor escocês Robert Louis Stevenson:
"I travel not to go anywhere, but to go.
I travel for travel's sake.
The great affair is to move."
Abaixo eu listo algumas pessoas que, de uma forma ou de outra, me inspiraram, não exatamente para essa viagem que vou fazer de bike, mas pelo estilo de vida que valoriza esse tipo de experiência, de conhecer lugares novos e sair um pouco desse mundo minúsculo que a gente vive no dia-a-dia.

Amyr Klink

Falar o quê de um cara que atravessou o Atlântico num barco à remo? 100 dias de viagem, sozinho, num barco sem motor, remando da costa da Namíbia (África) até a costa brasileira (Salvador) por 6.800 km. A lista de feitos é tão grande que achei mais fácil pegar esse trecho do site dele:

"No terreno esportivo, foi remador pelo Clube Espéria, em São Paulo, de 1974 a 1980. No ano de 1978, realizou a travessia Santos-Paraty em canoa (solitário) e em 1980 realizou de catamarã o trecho Paraty-Santos e Salvador-Santos, igualmente em catamarã durante 22 dias; Em 1982, a vela navegou o trecho Salvador - Fernando de Noronha - Guiana Francesa pesquisando correntes para o projeto seguinte: a travessia do Atlântico Sul a remo, em solitário.

Também percorreu mais de dois mil quilômetros num pequeno barco a motor na Amazônia, seguindo o curso dos rios Negro e Madeira. De moto já foi até a Patagônia e escalou a cordilheira dos Andes, percorrendo todo o território do Chile aos 19 anos.

Em 1984, o navegador realizou a primeira Travessia do Atlântico Sul a Remo em Solitário, viagem contada no livro "Cem dias entre céu e mar". Já em 1986, iniciou viagem preparatória à Antártica e Cabo Horn, a bordo do veleiro polar "Rapa Nui".

Foi em dezembro de 1989, que teve início o Projeto de Invernagem Antártica, em Solitário, a bordo do veleiro polar "Paratii", quando percorreu 27 mil milhas da Antártica ao Ártico, em 642 dias. Os livros: "Paratii - Entre dois pólos" e "As janelas do Paratii" relatam e ilustram este projeto.

Em 1992, participou do projeto Faróis do Brasil - Navegação terrestre da Costa Brasileira, em equipe com Klever Kolberg e André Azevedo. Em 1993, viajou novamente pela Costa Brasileira, desta vez pilotando um trike (asa delta motorizada).

Em janeiro de 1997, voltou para a Antártica como consultor de uma equipe de filmagem para captação de imagens de alpinistas de icebergs.

Em 31 de outubro de 1998 iniciou o projeto "Antártica 360" - uma volta ao mundo pelo trecho mais difícil de ser realizada: a circunavegação em torno do continente gelado. Durante 79 dias, Amyr Klink enfrentou sozinho os mares mais temperamentais do planeta e muitos icebergs. É no livro “Mar sem Fim” que se encontra o relato desta viagem.

Em 2000, o navegador começou a desenvolver um projeto de construção de cais flutuantes adequados às condições brasileiras, para serem usados em marinas e portos de lazer. Participou do Rally Paris Dakar Cairo como navegador da equipe brasileira Troller, a bordo de um veículo 100% nacional, ficando em 6º lugar na categoria novatos.

Em 2001, o Veleiro Polar Paratii 2 ficou pronto depois de 8 anos de planejamento. Concebido no mesmo estúdio, o Bouvet-Petit, (estilo) do veleiro Seamaster (antigo Antarctica), este barco foi idealizado por ele próprio para ser uma "plataforma de trabalho". Em dezembro, Amyr Klink viajou até a Espanha com o novo barco para colocação dos dois mastros “aerorig”, produzidos em Palma de Mallorca.

Em 2002, o navegador concluiu a etapa experimental do Projeto Viagem à China, que prevê a volta ao mundo por uma rota nunca antes percorrida, no Círculo Polar Ártico. A etapa inicial do projeto foi cumprida com sucesso entre 30 de janeiro e 06 de abril. Neste período, Amyr e sua tripulação ultrapassaram o Círculo Polar Antártico, visitaram a Baía Margarida e adentraram o Mar de Bellingshausen, o extremo sul navegável da península antártica. (e de) De lá partiram para a Georgia do Sul para uma escala antes de voltar ao Brasil.

Em 2003/2004 realizou uma reedição da circunavegação polar com o Paratii 2.

Na primeira viagem, com o primeiro Paratii e em solitário, Amyr não teve oportunidade de registrar imagens.

A viagem com o Paratii 2 durou 5 meses, sendo 76 dias para completar a volta ao mundo e que rotulou o Paratii 2 como o veleiro polar mais eficiente que se tem conhecimento.

Com 5 tripulantes, foi possível documentar aquilo que só o Amyr já tinha visto, como desdobramento foi produzido um documentário e uma série de 4 episódios que terá veiculação internacional a cargo do National Geographic Channel."


Alguns trechos do documentário você pode ver aqui:






Além de tudo, é um ótimo escritor. Se você ainda não leu os livros dele, recomendo: Cem dias entre céu e mar, Mar sem fim, Paratii: entre dois pólos e Linha-d´Água: Entre Estaleiros e Homens do Mar.

Bertrand Piccard e Brian Jones

A primeira volta ao mundo em um balão de ar quente foi realizada em 1999 com o suíço Bertrand Piccard e o britânico Brian Jones. Eles saíiram em primeiro de março de Chateau d'Oex nos alpes suíços e, após 19 dias, 21 horas e 55 minutos pousaram sãos e salvos no Egito, no norte da África.



Eles se tornaram os primeiros balonistas e circunavegar o globo em um voo non-stop e sem reabastecimento, tendo viajado a distância de 42.810 Km. O balão era chamado Breitling Orbiter 3. A viagem deles foi muito bem documentada num vídeo da National Geographic (que até hoje eu procuro esse DVD pra comprar). Esse vídeo abaixo dá uma ideia da viagem:



Antonio Olinto

Acho que o Antonio Olinto é a maior referência brasileira quando se fala de cicloturismo. Ele já fez volta ao mundo, 7 passos andinos, Escandinávia, Patagônia etc. É o autor de vários livros e guias sobre cicloturismo, entre eles o o guia do Caminho da Fé. Ele é o cara que mais incentiva o cicloturismo no Brasil, não tenho dúvida. O site dele (olinto.com.br) tem muita informação legal, além de fotos e vídeos das viagens que ele fez.




Luciana Mesquita

Luciana é a sexta brasileira na história a conseguir fazer a travessia à nado do Canal da Mancha, entre a Inglaterra e a França. Ela concluiu o percurso de mais de 30km em 11h44m. Bom, correr 11 horas cansa. Viajar de avião por 11 horas cansa, deixa o corpo quebrado. Qualquer coisa feita por 11 horas seguidas cansa, até dormir 11 horas cansa. Agora, 11 horas nadando em mar aberto não é pra qualquer um. O que não se deve esquecer é que pra fazer um troço desses você precisa se dedicar muito ao treinamento e planejamento, considerando que isso envolve viagem, barcos, equipe técnica, entre outras questões de logística. E, ao se preparar pra tudo isso, o desafio se torna muito menor. É o planejamento do qual o Amyr Klink fala, que torna um desafio de organização aquilo que a princípio parecia só uma aventura inconsequente e arriscada. Ah, e por acaso a Luciana é minha prima também! rs



Keith Hallagan


É um escocês de 39 anos, que atualmente está fazendo uma viagem de bike pela Europa até a Ásia. Até agora ele já passou pela Inglaterra, Escócia, Bélgica, Luxemburgo, Alemanha, França, Suíça, Liechtenstein, Italia, Mônaco, Grécia, Tirquia, Síria, Jordânia, Egito, Chipre, Georgia, Azerbaijão, Casaquistão, Uzbequistão, Quirguistão, China e está atravessando o Paquistão. Ele já rodou mais de 13.000 km em 592 dias de estrada. As fotos e os relatos dele podem ser vistos no crazyguyonabike.com.


Danilo Perroti

O Danilo é mineiro, tem 29 anos e está no meio de uma volta do mundo de bike, que começou em agosto de 2008. A história desse cara foi umas das primeiras que eu li antes de decidir viajar e acabou sendo mais um empurrão pra eu colocar minha ideia em prática. O site dele (homemlivre.com) tem as atualizações sobre a viagem, fotos por onde passou etc. Gostei bastante da filosofia de vida que ele prega E pratica. =)