28 de mai. de 2010

25/05 Simplonpass a Domodossola - 42 Km

Combinei de tomar café na casa do Hanspeter às 08h30 e ficamos conversando por quase uma hora. Na hora de ir embora, ele ia pegar um ônibus até Simplon Dorf (a vila) e eu seguir meu caminho na mesma direção. Nos despedimos e ele disse para eu parar em Gondo (ainda na Suíça, onde fica a fronteira com a Itália) e falar um oi para a Rita, sua esposa. Da saída de Simplonpass até Gondo foi uma descida só. Praticamente não precisei pedalar. Só fui mais devagar por causa das paisagens e das fotos. A média nesse trecho foi de 50 km/h e cheguei na máxima de 65 km/h sem esforço nenhum. Foi a compensação pela subida de ontem, claro. Parei em Gondo (oitenta habitantes), incluindo a Rita, e visitei ela no centro de informações turísticas onde ela trabalha. No prédio ao lado, fica um museu que conta a história da exploração do ouro naquela região, que começou 3 séculos atrás. Um detalhe sobre a estrada de Simplonpass é que ela foi construída a mando do Napoleão (o primeiro) que queria usar essa rota como um acesso estratégico entre os alpes e o norte da Itália, isso nos idos de 1700/1800. A estrada não ficou pronta enquanto ele estava vivo então e no fim nunca foi usada com esse propósito. Com a corrida do ouro, ela passou a ser útil e atualmente é bem importante para o transporte de carga entre os dois países. Todas as cidades entre Brig a Domodossola estão mais para pequenos vilarejos. Simplon Dorf tem 300 habitantes, Gondo tem 80 e as outras são mais ou menos assim. Domodossola, que é "grande" pra região, tem 16.000 habitantes. Tomei uma coca com a Rita no bar do museu em Gondo, que fica junto ao centro de informações onde ela trabalha e conversamos por mais de uma hora. Me despedi e 50m depois atravessei a fronteira da Suíça e entrei na Itália. A descida continuava mas a diferença da qualidade do asfalto, das placas de trânsito e da sujeira na estrada eram fáceis de perceber. Logo a descida acabou e a paisagem se tornou essencialmente plana, como se seguisse o vale, as montanhas com neve foram ficando pra trás assim como o vento gelado que a gente sente à 2000m. O calor era tão grande perto de Domodossola que a barra de chocolate que eu levava na bolsa do guidão derreteu tanto que quase virou líquido. Segui pela estrada (movimentada, com bastante túneis e caminhões) por mais 20Km até Domodossola. A chegada na cidade não foi das mais agradáveis já que os motoristas não são tão educados como os franceses/suíços e a qualidade do asfalto faz diferença se você está viajando de bike. Passei por alguns buracos pequenos mas, mesmo assim, dá pra dizer que o asfalto italiano é melhor do que a maioria dos pavimentos no Brasil então não tive nenhum problema sério com isso. O problema é que fiquei mal acostumado com as estradas suíças. Logo encontrei uma pensão boa e barata (35 euros com café da manhã), me acomodei e saí pra dar uma volta pela cidade, uma típica cidadezinha italiana. Pizzaria e sorveteria em toda esquina, gente buzinando no trânsito, scooters, sobrados antigos com roupas secando nas sacadas, aquela coisa toda que a gente vê em filmes, rsrsrs... Amanhã pretendo ir à Locarno (Suíça de novo) e a viagem deve ter entre 40 e 50km de estrada plana. O tempo não poderia estar melhor e espero que continue assim.



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Um comentário:

  1. Não tem palavra melhor para definir o que sinto vendo suas fotos e lendo suas impressões de viagem: encantada!!!Beijos.

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