21 de dez. de 2009

Hospedagem e alimentação

Alguns cicloturistas preferem fazer sua viagem de forma independente, levando na bike uma barraca pra acampar, utensílios de cozinha, saco de dormir e todo o tipo de coisa necessária pro acampamento. Já outros levam uma parte desses itens, de forma que, quando quiserem, poderão acampar, mas não deixam de se hospedar em albergues também. Se por um lado esse tipo de viagem proporciona mais independência (não depender de um hotel para dormir) e economia (não precisar pagar uma diária num hotel), por outro exige mais esforço do viajante pra levar esse peso adicional na bike, pra preparar comida todos os dias, montar e desmontar a barraca e mesmo lidar com o fato de não dormir numa cama confortável após um dia desgastante em que o repouso e uma boa noite de sono são merecidos. Esse é o tipo preferido de viagem de quem dá volta ao mundo, até pela falta de infraestrutura de certos países e continentes. Imagine a facilidade de encontrar um albergue no meio do Paquistão, ou no deserto da Mongólia. :o)


Mongólia


Paquistão

Repare nas fotos que os caras levam, entre outras coisas, várias garrafas de água (até de 1,5L) porque dependendo do trecho o ponto mais próximo para abastecer pode estar a centenas de Kms adiante. Não deve ser muito legal ficar sem água pedalando no meio do deserto da Mongólia. Sem contar que eles devem ter kits de ferramentas, peças, câmaras, correntes e vários outros itens pra caso de emergência. Eles simplesmente têm que ser auto-suficientes quando pedalam num lugar desses.

Outros, como eu, optam por fazer uma viagem light (chamada também de credit card touring) e se hospedar em albergues e pousadas econômicas. A ideia é levar menos coisas e mais dinheiro. Apesar de tornar a viagem um pouco mais cara, isso permite que se leve menos bagagem e tenha menos coisas pra se preocupar. O fato do meu roteiro ser todo na Europa, onde a infraestrutura hoteleira e o acesso a mercados e comida é fácil, também pesou na minha decisão. Além disso, a distância entre as cidades costuma ser bem pequena, o que facilita encontrar uma oficina de bikes, uma padaria e uma farmácia num raio de poucos kms.

Como já falei em posts anteriores, tudo depende do que o viajante está disposto a encarar. O tema dá muita margem pra discussão e se você está em dúvida qual é o ideal para você, sugiro que consulte o BicycleTouring101.com e a descrição dos tipos de cicloviagem na Wikipedia.

Hospedagem

A hospedagem na Europa, mesmo em albergues, não é tão barata pra nós, brasileiros. Pra minha viagem estou estimando algo em torno de 20 euros por noite. Na maioria das vezes, esse valor não incluirá o café da manhã. Em compensação, farei meus cafés da manhã, almoços e lanches comprando pães, frutas e sucos em pequenos supermercados, muito comuns na Europa. O que não faltam são opções. Mesmo comprando em lugares assim, não espero nada muito barato. Vale lembrar que o custo de vida lá é maior que o do Brasil.

Os albergues costumam ser bem arrumados, limpos, tranquilos e seguros. Como passarei bastante por cidades pequenas, não encontrarei o agito e a barulheira comuns em albergues de cidades grandes como Paris, Roma, Munique, Londres e Amsterdam. Por ser algo comum para os europeus e pelo volume de viajantes de bike na Europa, a maioria dos albergues terá um local interno próprio para estacionar a bike. Mesmo assim levarei e usarei minha trava de aço.

Os quartos nos albergues costumam ser compartilhados, ou seja, você geralmente divide o espaço com 6, 8 ou mais pessoas, em beliches. O banheiro pode ser dentro ou fora do quarto, sendo que a diária no primeiro custa mais caro que no segundo. A maioria dos albergues oferece algum tipo de locker (armário) para você deixar suas malas, dinheiro, passaporte, etc, trancados com seu próprio cadeado. Apesar da pouca privacidade, o albergue é o lugar ideal para conhecer pessoas de outros países, mochileiros, bikers ou estudantes.

Vou experimentar também o esquema de hospedagem do CouchSurfing. Pra quem não conhece, é uma rede de pessoas dispostas a oferecer um quarto/cama em sua própria casa para viajantes, de graça. Você se cadastra no site, procura a cidade onde quer se hospedar, vê o perfil do hospedeiro e entra em contato com ele. Se a pessoa tiver disponibilidade (e for com a sua cara), você conseguirá algumas noites na faixa. Gente do mundo inteiro usa esse sistema. Tentarei economizar uma boa grana usando ele. Pra saber mais, visite o site: couchsurfing.org

Alimentação

Na Europa é fácil encontrar praticamente todo tipo de comida, desde massas, pães, queijos, frutas, etc. Esse é um dos aspectos que não me preocupa nem um pouco. Algumas coisas são mais caras do que estamos acostumados a pagar aqui no Brasil (certas frutas são importadas, por exemplo) mas a oferta é abundante. Com a atividade física diária, vou procurar manter sempre a ingestão de carboidratos e, claro, água. Comidas leves e naturais ainda têm a vantagem de serem mais baratas também. Pães, frutas frescas, verduras, cereais farão parte do cardápio diário, sem paranóia nem exageros. O chocolate é barato, se compra em qualquer esquina e com certeza será também muito consumido. :o)

Até mais!

2 comentários:

  1. Fala Fernando, tá ficando legal seu planejamento... não esqueça de falar da preparação física e do equipamento (bike).
    Boa sorte

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  2. Oi Cesar!

    Obrigado pelo elogio! Legal seu blog tbm!

    Vou escrever sobre a preparação em breve.

    Abs,
    Fernando

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