2 de ago. de 2010

02/08 Arvika a Kongsvinger - 84km

Enrolei um pouco pra sair hoje por causa da preguiça costumeira que dá quando você para por mais de um dia num lugar. Peguei a estrada 61, o único caminho possível pra Oslo em que eu posso pedalar. Depois de uns 40km de viagem tranquila, cheguei em Charlottenberg, a última cidade sueca antes da fronteira com a Noruega. Parei lá pra comer e segui viagem e uns 10km depois eu estava cruzando a fronteira. Dessa vez a emoção foi zero, ahahhh. Como a Noruega não faz parte da comunidade europeia, imaginei que iria haver algum tipo de fiscalização de passaporte e tal mas no fim não havia nem um posto norueguês na fronteira nem placa dizendo que eu tinha entrado na Noruega. Quando eu vi já tava lá e um abraço, rsrsrs A primeira diferença que deu pra notar foi a da sinalização na estrada. A língua continua quase a mesma coisa, inintelegível do mesmo jeito que o sueco ou o dinamarquês. Pedalei até Eidskog, onde tinha imaginado ficar uma noite antes de ir pra Oslo. Fui até o centro da cidade e não achei um escritório de turismo nem nada. Entrei numa delegacia pra perguntar onde ficava e o policial, muito atencioso, me disse que não havia nenhum hotel em Eidskog. As opções mais próximas de hospedagem seriam em campings, um que ficava a 20km antes e outro que ficava a 30km depois de Eiskog. O policial riu enquanto me falava isso, como se tivesse rindo do tamanho da própria cidade. Estranhei um pouco isso já que eu passei em muita cidade pequena durante a viagem e em todas havia algum hotel, b&b, private room, hostel, sei lá. Alguma coisa sempre tem, mesmo em cidades de 100 habitantes. Eidskog devia ter uns 4.000, por aí. Ou, sei lá, vai ver a Noruega é diferente da Suécia e dos outros países nesse aspecto.

Não demorei muito pra perceber que sim, a Noruega é diferente. Depois de Eiskog, a próxima "grande" cidade era Kongsvinger e foi pra lá que fui. Como fica no caminho de Oslo mesmo, já adiantei um pouco mais a distância pro fim da viagem. Procurei, como sempre, o escritório de turismo e a moça que me atendeu disse que só havia um hotel e um motel na cidade, sendo que o motel - a opção mais barata - custava 890 coroas norueguesas uma noite. Isso significa mais de 95 euros, quase não acreditei. Em Oslo, que é a capital, já fiz a reserva do hostel e vou pagar 250 coroas por noite então não fazia sentido um motel qualquer numa cidade sem nenhum atrativo turístico cobrar tão caro por uma noite. Perguntei se havia alguma outra opção na região e ela me disse que só em campings, todos distantes daqui uns 40km. Por falta de opção, decidi ficar mas pedi pra ela que visse o preço no hotel também, só pra saber quão mais caro seria. Contei pra ela sobre o preço do hostel de Oslo e ela se desculpou e criticou os donos dos hoteis daqui, dizendo que eles cobram esse preço porque sabem que não tem concorrência na cidade. No fim, ela negociou com o pessoal do hotel e consegui uma noite por uma facada de 75 euros, com café da manhã incluso. Fui fazer compras no Coop porque a comida aqui na Noruega também é bem mais cara que na Suécia (que já é cara). Pra você ter uma ideia, o pessoal da Noruega costuma vir de carro pra Suécia pra fazer compras porque vale a pena pela economia. E não falo de compra de eletrônicos ou coisas de alto valor, mas de comida e itens de supermercado mesmo. Sei lá com base em qual critério mas dizem que a Noruega é, no geral, o país mais caro do mundo. O lado bom é que pelo menos vou emagrecer por aqui. Oslo amanhã? Será?


Não parece mas aqui já é na Noruega


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3 comentários:

  1. Fernando,
    sensacional a sua viagem!

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  2. Apenas 175 km... moleza. Linda mesmo sua viagem.

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  3. Fernando, sou repórter da revista Bianchini e gostaria de fazer uma pequena entrevista por (e-mail mesmo) sobre sua viagem. Por favor, entre em contato pelo endereço ma_zok@hotmail.com. Obrigada!

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